sábado, 15 de dezembro de 2007

NIETZSCHE (1844 - 1900)

“Todo trabalho importante – deves ter sentido em ti mesmo – exerce uma influência moral. O esforço para concentrar uma determinada matéria e dar-lhe uma forma harmoniosa, eu o comparo a uma pedra atirada em nossa vida interior: o primeiro círculo é estreito, mas amplos se destacam”. (Carta de Nietzsche a Deussen.)

VIDA e OBRA

O século XX inaugura-se com morte de F. Nietzsche, que se revela como o seu pensador mais significativo. Sua vida é breve e solitária, embora mantenha sempre vivo um laço de afeto com a mãe e a irmã Elisabeth. Mesmo em sua solidão, ele se mantém em constante contato epistolar com alguns fiéis amigos e amigas.

1844 - Friedrich Wilhel Nietzsche, nasce em Rócken, na Prússia, no dia 15 de outubro. Seu pai e seus avós eram pastores protestante. Nietzsche pensou em seguir a mesma carreira.

1849 - Morre seu pai e seu irmão, em decorrência disso, sua mãe mudou-se com a família para Namburg.

1858 - Obtém uma bolsa de estudos, ingressando no Colégio Real de Pforta, local onde havia estudado o poeta Novales e o filósofo Fichte. Influenciado por alguns filósofos e professores, Nietzsche progressivamente começa a afastar-se do cristianismo. Exímio aluno em grego e nos estudos bíblicos além do alemão e latim, inclinou-se à leitura dos clássicos de Platão e Ésquilo.

1864 - Inicia a carreira acadêmica na Universidade de Bonn, on’de se dedicou aos estudos de filosofia e teologia, mas tarde acaba por abandonar a teologia.

1865 - Transfere-se para a Universidade de Leipziz onde sob a influência de seu professor Ritschl, eminente helenista, passa então a dedicar-se exaustivamente ao estudo da filologia clássica. Seguindo as pegadas de seu mestre, se debruçou na investigação de obras clássicas tais como: Homero, Diógenes Laércio (séc. II), Hesíodo (séc. VIII aC.). Nesta época entra em contato com as obras de Arthur Schopenhauer.

1867 - Incorporado ao serviço militar sofre um acidente de montaria e é dispensado, voltando a se dedicar aos estudos em Leipziz, onde consegue o cargo precoce de professor de Filologia Clássica na Universidade de Leipziz. Ainda em Leipziz, conhece Richard Wagner onde a notável influência deste homen o faz a dedicar-se a música e poesia. Nesta mesma época apaixona-se por Cosima, filha de Liszt que vem a ser a musa inspiradora de sua obra posterior a "Sonhada Ariane".

1869 - É nomeado professor de Filologia Clássica na Universidade de Basiléia, na Suíça. Todas as manhãs, de segunda a sábado, a partir das sete horas, dava cursos sobre Ésquilo e sobre a poesia lírica grega. Para um público numeroso faz palestras “Sobre a Personalidade de Homero”, “Sócrates e a Tragédia” e “O Drama Musical Grego”. Redige “A Visão Dionisíaca do Mundo”, primeiro capítulo de um ensaio que pretendia escrever sobre a “Origem e Finalidade da Tragédia”

1870 - Devido a guerra entre Alemanha e França é convocado ao serviço militar como enfermeiro, permanecendo por pouco tempo, pois adoece ao contrair difteria e dessinteria. Retorna a Basiléia a fim de prosseguir em seus cursos.

1871 - Acaba de redigir, O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música, publicado em janeiro de 1872.

1872 - Passa todo o ano imerso em ocupações: prepara os cursos para a Universidade, escreve e, de quando em quando, compõe. Redige, nessa época, um pequeno ensaio sobre “A Kusta de Homero” e dedica-se ao estudo dos filósofos pré-socráticos.

1873 - Redige "A Filosofia na Época Trágica dos Gregos" e "Introdução Teorética sobre Verdade e Mentira no Sendito Extra-Moral". David Strauss, o devoto e o escritor. Primeiras crises de saúde.

1874 - São editadas a Segunda Consideração Extemporânea: Da utilidade e Desvantagens da História para a Vida, e a Terceira: Schopenhauer educador.

1876 - Aparece a Quarta Consideração Extemporânea: Richard Wagner em Bayreuth.

1878 - Publica Humano, demasiado Humano.

1879 - Apresenta carta de demissão junto à Universidade de Basiléia, doente abraça uma vida errante, volta à cátedra e escreve mais 2 apêndices a Humano, demasiado Humano: Miscelânea de Opiniões e Sentenças e O andarilho e sua Sombra.

1880 - Nietzsche publica O Andarilho e sua sombra.

1881 - Publica Aurora - pensamentos sobre os preconceitos morais. Em Sils Maria, é atravessado pela visão do eterno retorno. Durante o verão reside em Hante, é nessa pequena aldeia de Silvaplana que durante um passeio, teve a intuição de O Eterno Retorno, redigido logo após. Em outubro de 1881 vai a Gênova, depois a Roma.

1882 - Aparece Gaia Ciência. Em abril, conheceu em Roma uma jovem russa chamada Lou Salomé. Sua presença de espírito e capacidade de escuta atraíram-no; seu ardor intelectual e desejo de vida seduziram-no. Aos trinta e sete anos, apaixonou-se. Embora o pedido de casamento tivesse sido recusado, uma afetuosa amizade nasceu entre eles. A família de Nietzsche interpôs-se: temia que uma ligação escandalosa viesse a macular sua reputação. Arrastado por sentimentos contraditórios, ele não sabia mais em quem confiar, rompendo com todos. Idéias de suicídio perseguiram-no; por três vezes, chegou a tomar uma quantidade abusiva de narcóticos. Retorna à Itália.

1883/5 - De volta à Alemanha escreve: Assim falou Zaratustra: Um Livro Para Todos e Para Ninguém.

1886 - Surge Para Além de Bem e Mal - prelúdio a uma filosofia do porvir. Escreve os prefácios ao primeiro e segundo volumes de Humano, demasiado Humano, O Nascimento da Tragédia, Aurora e A Gaia Ciência, assim como a quinta parte deste livro.

1887 - Redige "O Niilismo Europeu" e publica Para a Genealogia da Moral - um escrito polêmico em adendo a Para Além de Bem e Mal como complemento e ilustração. Instala-se em casa de sua mãe, em Naumburgo. Após a morte dela a irmã leva-o para sua residência em Weimar e ali ficaram a viver os dois.

1888 - Escreve O Caso Wagner, Crepúsculo dos Ídolos, O Anticristo, Ecce Homo e elabora Nietzsche contra Wagner e Ditirambos de Dioniso. Alguns de seus livros só foram editados depois de sua morte. Em vida financiou todas as suas obras. Neste período passa a escrever cartas estranhas aos amigos. Até então não havia sinal decisivo de loucura, tratava-se de uma doença orgânica do cérebro com caráter de paralisia, onde constatou-se a loucura psicológica.

1889 - Em Turim, no auge da sua enfermidade, passa a assinar as suas cartas ora como Dionísio, ora como o crucificado. Sendo internado nesta época, numa clínica psiquiátrica em Basiléia, com o diagnóstico de paralisia progressiva, provavelmente de origem sifilítica. É transferido para Jena.

1890 - Deixa a clínica de Jena sob a tutela da família.

1900 - Morre a 25 de agosto em Weimar, vitimado por uma pneumonia. A irmã refere à hora do seu passamento, precedido duma grande trovoada, o que a fez supor que ele patiria deste mundo entre relâmpagos e trovões. “Assim partiu Zaratrusta”Nietzsche foi sepultado em Röchen, e Peter Gast seu dedicado amigo, pronunciou um curto elogio fúnebre ‘a beira assim como para o seu Autor, a quem ele havia negado.

[http://existencialismo.sites.uol.com.br/nietzsche.htm]

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